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Criança com dificuldade de atenção deve ser avaliada

Desatenção, distração, dificuldade de compreender em locais onde haja muito barulho, incômodo com som alto ou ruídos de fundo, problemas de fala, dificuldades de entendimento, baixo rendimento escolar, problemas de linguagem expressiva, dificuldade de compreender o que lê, disgrafia e inversão de letras, entre tantas outras.

São as mais variadas as dificuldades infantis de adaptação ao meio ambiente e a gente sabe que muitas vezes a criança não apresenta essas dificuldades por peraltice ou má vontade, mas sim podem ter um distúrbio do processamento auditivo central.

“Os processamentos auditivos centrais necessitam de um perfeito funcionamento das estruturas do sistema nervoso central. Um distúrbio, por exemplo, pode levar a criança a não conseguir interpretar o som, por exemplo. Isso porque essa interpretação depende das habilidades auditivas organizadas e estruturadas. A criança precisa detectar o som, discriminá-lo, reconhecê-lo, localizar a fonte sonora e compreendê-lo. Todas estas etapas estão ligadas às funções cerebrais, como a atenção e a memória”, explica a fonoaudióloga do CIOM - Centro Integrado Oftalmo-Otorrino do Méier, Renata Maia da Eira Mitropoulos Gatto.

Segundo a fonoaudióloga do CIOM, crianças que apresentam alguma dificuldade de adaptação ao meio ambiente devem passar por uma avaliação audiológica convencional, que compreende a audiometria tonal, vocal, inteligibilidade e imitanciometria. Esse exame avalia a capacidade auditiva e a detecção e transmissão do som.

“A avaliação do processamento auditivo central analisa eventos acústicos relacionados à localização sonora, figura-fundo, memória sequencial, processamento temporal e fechamento, ou seja, processos realizados mais profundamente no caminho do som até o córtex auditivo da criança”, explica Renata.

Uma avaliação do processamento auditivo central deve ser feita em casos como queixa de dificuldade de compreensão, suspeita de disfunção do processamento auditivo central, e no caso de adultos, em pacientes que se queixam de problemas auditivos mas o resultado da bateria audométrica é normal.


Notas ruins na escola e desinteresse podem ser sinais de DPAC

Se o seu filho anda tirando notas ruins na escola, parece não compreender o que ouve e se demonstra distraído, inseguro e sem vontade de aprender, é preciso ter muita atenção para investigar o que está realmente acontecendo com ele. Tudo isso pode ser um sinal de Desordem do Processamento Auditivo Central (DPAC).

“A DPAC é a dificuldade que a criança encontra em lidar com as informações que chegam por meio da audição. Ou seja, é um transtorno funcional da audição. Aquela criança não é surda, ela detecta os sons normalmente, mas tem dificuldades de interpreta-los”, explica a fonoaudióloga do CIOM – Centro Integrado Oftalmo-Otorrino do Méier, Renata Maia da Eira Gatto Mitropoulos, pontuando que ao contrário da surdez, neste caso a criança pode ter audição normal mas ter dificuldade de compreensão e interpretação do que lhe é falado.

Segundo a fonoaudióloga do CIOM, o Processamento Auditivo Central (PAC) necessita um bom funcionamento das estruturas do sistema nervoso central, ou seja, do tronco encefálico, vias sub-corticais, córtex auditivo, lobo temporal e corpo caloso. “Ele refere-se aos processos envolvidos na detecção, na análise e na interpretação de eventos sonoros. Estes processos acontecem no sistema auditivo periférico e no sistema auditivo central. É desenvolvido nos primeiros anos de vida, portanto é a partir da experienciação do mundo sonoro que aprendemos a ouvir”, afirma ela. “Um distúrbio qualquer pode fazer com que uma criança não consiga interpretar ou prestar atenção, acarretando, assim, uma DPAC”.

A DPAC é devidamente reconhecida pela medicina desde 1996 e afeta a capacidade da criança de compreender a fala e os processos de aprendizagem, tais como a alfabetização, a escrita, a interpretação de textos e compreensão do enunciados dos problemas. Nesse caso, é preciso investigar o que está acontecendo com o paciente. “A avaliação audiológica convencional, que inclui a audiometria tonal, vocal, e imitanciometria, avalia a capacidade auditiva na detecção e na transmissão do som. Já a avaliação do processamento auditivo central analisa as habilidades auditivas centrais, como localização sonora, figura-fundo, memória sequencial, processamento temporal e fechamento”.

De acordo com a fonoaudióloga, a causa mais comum para a DPAC é a otite média, que é uma infecção do ouvido médio (dor de ouvido), onde a criança fica com audição rebaixada temporariamente, impedindo o cérebro de receber adequadamente os estímulos sonoros. Neste caso pode haver febre alta e contínua, distúrbios específicos do desenvolvimento da função auditiva; pequenas lesões nas vias de condução; privação sensorial durante a primeira infância (falta de experiência acústica no meio ambiente), o que pode gerar uma imaturidade das estruturas do sistema nervoso central.

Renata Maia diz que a avaliação do processamento auditivo central deve ser feita após avaliação audiológica básica. “Tal avaliação inicial nos permitirá ter acesso a dados sobre as condições de detecção do som através da audiometria tonal liminar, condições de mobilidade do sistema tímpano-ossicular através das medidas de emitância acústica.

Sintomas de Crianças com DPAC

As principais indicações em crianças são: inquietude motora, agitação, atenção prejudicada, dificuldade de compreensão em ambiente ruidoso, em crianças que repetem sistematicamente “ahn” ou “o quê”, em crianças disléxicas e com dificuldade de relacionamento com outras crianças de sua mesma faixa etária.

Já no caso de adultos, as indicações são: pergunta muito “o quê?”; dificuldade em compreender a fala quando há muito ruído; tempo de atenção curto, fácil distração, dificuldade de repassar recados, e em adultos que têm dificuldade de contar estórias.

Mas o que os pais e professoras podem fazer para ajudar nestes casos? Há muito o que fazer, enumera a fonoaudióloga do CIOM. “Quando iniciar um diálogo com uma criança, certifique-se de que ela esta olhando para você. Fale mas alto, mas sem gritar. Repita as frases mais de uma vez, mas use frases curtas. Diminuir os ruídos da casa, como tv e rádio, ajuda muito também. Conversar é excelente, principalmente perguntando-o como foi seu dia, estimulando que conta uma estória."


Crianças com problemas respiratórios durante o sono

A revista norte-americana Pediatrics publicou, em seu site, um amplo estudo realizado pelo Colégio de Medicina Albert Einstein, da Yeshiva University, envolvendo mais de 11 mil voluntários, que foram acompanhados por mais de seis anos. O estudo apontou que as crianças mais novas, com problemas respiratórios durante o sono, são propensas a desenvolver dificuldades comportamentais, como hiperatividade e agressividade, além de sintomas emocionais e dificuldade de comportamento.

As principais características de problemas de respiração durante o sono são o ronco (acompanhado, em geral, pela respiração pela boca) e apneia do sono. Esses problemas costumam acontecer principalmente em crianças de dois a seis anos de idade e segundo estatísticas da Academia Americana de Otorrinolaringologia e Cirurgia do Pescoço uma em cada dez crianças ronca regularmente e de 2 a 4% delas tem apneia do sono. Segundo a Academia, as causas mais comuns destes distúrbios são aumento das amígdalas ou das adenoides.

“Esta é a evidência mais forte mostrada por dados de que roncar, respirar pela boca, e apneia (longas pausas anormais na respiração durante o sono) podem ter sérias consequências comportamentais e emocionais para crianças. Os pais e pediatras também devem prestar muita atenção a desordens na respiração durante o sono em crianças muito jovens, talvez até mesmo no primeiro ano de vida”, disse a coordenadora do estudo, Karen Bonuck, Ph.D., professora de medicina da família e social e de obstetrícia e ginecologia e saúde das mulheres no Colégio de Medicina Albert Einstein à agências internacionais de notícias e depoimento publicado no site do jornal O Globo.

O co-autor do estudo e professor de medicina do sono e de neurologia da Universidade de Michigan, Ronald D. Chervin disse que “até agora, nós realmente não temos fortes indícios de que esses problemas de respiração durante o sono realmente são precedentes de comportamento problemático como hiperatividade”.

O estudo analisou os efeitos combinados dos padrões de ronco, apneia e respiração pela boca no comportamento das crianças voluntárias, entre 6 meses e 6 anos. Os pais participaram, minuciando os pesquisadores com dados de observação. Quando as crianças completavam 4 e 7 anos, os pais preencheram o chamado Questionário de Força e Dificuldades (SDQ, na sigla em inglês), utilizado com muita frequência para avaliar comportamento.

Esse questionário avalia desatenção e hiperatividade, sintomas emocionais, problemas de relacionamento, de conduta e comportamentos pró-sociais. Também forma avaliados nível sócio-econômico, tabagismo materno e baixo peso no nascimento.

“Descobrimos que crianças com distúrbios respiratórios durante o sono eram entre 40% e 100% mais propensas a desenvolver problemas comportamentais por volta dos 7 anos de idade, em comparação com crianças sem problemas respiratórios. A maior ocorrência era de hiperatividade, mas vimos aumento da incidência em todas as cinco medidas comportamentais”, revelou Karen Bonuck.

Segundo ela, acredita-se que problemas de respiração durante o sono podem originar problemas comportamentais na criança, afetando o cérebro de diversas maneiras, tais como a diminuição dos níveis de oxigênio e aumento dos níveis de dióxido de carbono no córtex pré-frontal, interrompendo os processos restaurativos do sono e perturbando o equilíbrio dos diversos sistemas celulares e químicos.

Segundo estatísticas da Academia Americana de Otorrinolaringologia e Cirurgia do Pescoço, o tratamento para problemas respiratórios durante o sono em caso grave é a cirurgia. Crianças obesas ou com sobrepeso devem emagrecer.