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Notas ruins na escola e desinteresse podem ser sinais de DPAC

Se o seu filho anda tirando notas ruins na escola, parece não compreender o que ouve e se demonstra distraído, inseguro e sem vontade de aprender, é preciso ter muita atenção para investigar o que está realmente acontecendo com ele. Tudo isso pode ser um sinal de Desordem do Processamento Auditivo Central (DPAC).

“A DPAC é a dificuldade que a criança encontra em lidar com as informações que chegam por meio da audição. Ou seja, é um transtorno funcional da audição. Aquela criança não é surda, ela detecta os sons normalmente, mas tem dificuldades de interpreta-los”, explica a fonoaudióloga do CIOM – Centro Integrado Oftalmo-Otorrino do Méier, Renata Maia da Eira Gatto Mitropoulos, pontuando que ao contrário da surdez, neste caso a criança pode ter audição normal mas ter dificuldade de compreensão e interpretação do que lhe é falado.

Segundo a fonoaudióloga do CIOM, o Processamento Auditivo Central (PAC) necessita um bom funcionamento das estruturas do sistema nervoso central, ou seja, do tronco encefálico, vias sub-corticais, córtex auditivo, lobo temporal e corpo caloso. “Ele refere-se aos processos envolvidos na detecção, na análise e na interpretação de eventos sonoros. Estes processos acontecem no sistema auditivo periférico e no sistema auditivo central. É desenvolvido nos primeiros anos de vida, portanto é a partir da experienciação do mundo sonoro que aprendemos a ouvir”, afirma ela. “Um distúrbio qualquer pode fazer com que uma criança não consiga interpretar ou prestar atenção, acarretando, assim, uma DPAC”.

A DPAC é devidamente reconhecida pela medicina desde 1996 e afeta a capacidade da criança de compreender a fala e os processos de aprendizagem, tais como a alfabetização, a escrita, a interpretação de textos e compreensão do enunciados dos problemas. Nesse caso, é preciso investigar o que está acontecendo com o paciente. “A avaliação audiológica convencional, que inclui a audiometria tonal, vocal, e imitanciometria, avalia a capacidade auditiva na detecção e na transmissão do som. Já a avaliação do processamento auditivo central analisa as habilidades auditivas centrais, como localização sonora, figura-fundo, memória sequencial, processamento temporal e fechamento”.

De acordo com a fonoaudióloga, a causa mais comum para a DPAC é a otite média, que é uma infecção do ouvido médio (dor de ouvido), onde a criança fica com audição rebaixada temporariamente, impedindo o cérebro de receber adequadamente os estímulos sonoros. Neste caso pode haver febre alta e contínua, distúrbios específicos do desenvolvimento da função auditiva; pequenas lesões nas vias de condução; privação sensorial durante a primeira infância (falta de experiência acústica no meio ambiente), o que pode gerar uma imaturidade das estruturas do sistema nervoso central.

Renata Maia diz que a avaliação do processamento auditivo central deve ser feita após avaliação audiológica básica. “Tal avaliação inicial nos permitirá ter acesso a dados sobre as condições de detecção do som através da audiometria tonal liminar, condições de mobilidade do sistema tímpano-ossicular através das medidas de emitância acústica.

Sintomas de Crianças com DPAC

As principais indicações em crianças são: inquietude motora, agitação, atenção prejudicada, dificuldade de compreensão em ambiente ruidoso, em crianças que repetem sistematicamente “ahn” ou “o quê”, em crianças disléxicas e com dificuldade de relacionamento com outras crianças de sua mesma faixa etária.

Já no caso de adultos, as indicações são: pergunta muito “o quê?”; dificuldade em compreender a fala quando há muito ruído; tempo de atenção curto, fácil distração, dificuldade de repassar recados, e em adultos que têm dificuldade de contar estórias.

Mas o que os pais e professoras podem fazer para ajudar nestes casos? Há muito o que fazer, enumera a fonoaudióloga do CIOM. “Quando iniciar um diálogo com uma criança, certifique-se de que ela esta olhando para você. Fale mas alto, mas sem gritar. Repita as frases mais de uma vez, mas use frases curtas. Diminuir os ruídos da casa, como tv e rádio, ajuda muito também. Conversar é excelente, principalmente perguntando-o como foi seu dia, estimulando que conta uma estória."